sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cabos, é testar para saber...

Há muito tempo eu me questionava sobre marcas de cabos e suas respectivas qualidades. Quando começou meu interessar por eletrônica de audio, o interesse por timbres logo se tornou o alvo principal dos meus estudos e pesquisas. Algumas questões sempre levantadas nas rodas de discussões, quando o assunto é condutividade, é a qualidade do material usado nos cabos e a dúvida frequente entre o produto nacional e o importado. Essa semana assisti a um video de um fabricante nacional de cabos, cujo nome vou omitir por motivos éticos (sacanagem), que tratou sobre materiais, construção, área de condutividade e outras coisas importantes. Daí percebi que o nome, a marca, ainda conta muito na hora de adquirirmos equipamentos de áudio. Algo abordado no video era justamente o material usado na fabricação dos cabos, que independente do fabricante, acaba sendo o mesmo e no caso dos nacionais, provêem do mesmo fornecedor. Então, na hora de comprar um cabo, o que devo saber para escolher o certo? Vou colocar aqui algumas dicas que podem ser úteis e facilitar a decisão, baseando-se dados técnicos como, timbre, padrão de construção e durabilidade.

1 - OXI FREE
Atualmente, todos os cabos de qualidade são fabricados com Cobre Eletrolítico (Cobre Nu ou Sn), que obrigatoriamente são livres de Oxigênio. Essa é uma exigência mundial para fabricação de fios e cabos condutores. Sendo assim, independente do fabricante, seu cabo será livre de oxigênio, o que evitará desgaste rápido por oxidação, ferrugem e ainda diminuindo os riscos de provocar chamas em caso de curto. No entanto, ainda existem fabricantes que usam Cobre reciclado ou reaproveitado, o que nos faz ainda olhar para a inscrição impressa no fio para certificar que o mesmo obedece ao padrão de qualidade.

2 - REVESTIMENTO
Para cabos de áudio, o ideal é que sejam cobertos por PVC tipo 70ºC, com flexibilidade mínima Classe 4, seguindo a norma NBR NM 280, e isolamento em Polietileno. A malha de blindagem (Aterramento) formada por fios de Cobre Sn trançados. O isolamento, não só irá proporcionar uma condução melhor, como também garantirá melhor isolamento, evitando os curtos e ruídos externos da corrente elétrica. Essa informação também deve estar contida na impressão presente no cabo.

3 - RESPOSTA DE FREQUÊNCIA
Apesar desse quesito ser muito pessoal, vale saber que, cabos com diâmetro de área da secção de condução interna diferentes, oferecem transmissão de sinal e resposta de frequência diferenciadas. Sendo assim, na escolha do seu cabo, deve ser levado em conta o tipo de som que você deseja extrair do seu instrumento, se mais grave, agudo, ou com melhor resposta em determinada região (Falo relacionando ao espectro de frequência). Ao meu ver, o ideal é escolher um cabo que ofereça equilíbrio na transmissão, não limitando o timbre do instrumento já na saída do mesmo. Mas, para quem deseja usar cabos com específicas qualidades técnicas, fica a dica: cabos com menor diâmetro de área, têm a tendência em filtrar frequências mais graves, o mesmo acontece oposto para cabos com maior área interna, quanto maior, mais baixas serão transmitidas. Sendo assim, um cabo com uma medida de área adequada proporcionará transmissão mais linear, deixando o cabo mais versátil ao uso de instrumentos com timbres diferentes. Se você utiliza em seu set guitarras como Les Paul e Strato, por exemplo, não precisará trocar de cabo para usar as duas, sabendo que uma responde mais às baixas e a outra mais às altas frequências. Minha recomendação: 0,75mm2 para cabos de guitarra, e 0,80mm2 a 1mm2 para contrabaixo.

4 - PLUGS
Normalmente fazemos a opção por plugs e conectores banhados a ouro, por que imaginamos que sejam melhor. Isso não é verdade. O banho de ouro utilizado nos condutores possui apenas uma função estética o que os leva para o mercado a um custo mais alto. Nesse caso, fica ao critério individual escolher conectores dourados ou niquelados, sabendo que os dois terão o mesmo padrão de condutividade. Minha dica: escolha plugs pela construção. Quanto mais firmes e bem acabados forem, mais durabilidade terão. 

5 - COMPRIMENTO
Existe o mito de que quanto maior o cabo, ais perda de sinal se tem. Acredito que essa afirmação não seja verdadeira. Se levarmos em conta que o sinal se mova na velocidade da luz, a distância tão pequena de um condutor não causaria mudança na condução desse sinal, a menos, é claro, que se esteja usando um condutor de má qualidade, que capte uma quantidade extrema de ruídos externos, deteriorando o sinal oriundo do seu instrumento. Portanto, use a metragem que lhe for necessária, tendo o cuidado e a atenção quanto ao manuseio e condicionamento desses cabos. Quanto maiores os seus cabos, mais sujeitos a danos eles serão. Pisar nos mesmos, ou dobra-los bruscamente, poderá provocar quebra do cobre interno e isso ocasionará em perda de sinal.

CONCLUSÃO
Escolha o seu cabo pela utilidade certa que o mesmo terá, observando se o mesmo é fabricado seguindo as normas e se a resposta de frequência está de acordo com o timbre exato que você deseja alcança. A marca e o tamanho serão apenas meros detalhes. Para ter melhores referências, visite sítios na internet de fabricantes de cabos e plugs, nacionais e importados, compare-os, faça testes e adquira o que mais lhe for adequado, quanto ao valor e utilidade. 


    

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