sábado, 19 de novembro de 2011

Compreendendo os modos gregos (1ª parte)

O campo harmônico são os acordes formados a partir das notas que compõem a escala diatônica de cada tonalidade, ele pode ser baseado nas escalas maiores e menores, compreendendo acordes que completam sentido a cada notinha da escala. Para cada uma dessas notas damos um valor que é medido pela distância tonal baseada na tônica, que por sua vez é a nota que dá nome à escala. Sendo assim, uma escala diatônica possui 7 notas distintas + a repetição oitavada da tônica. Há uma formulazinha bem simples, que inclusive não é recomendada por alguns professores, mas me ajudou a formar escalas diferentes logo no começo da minha vida guitarrística, que quero passar aqui pra que se possa assimilar bem o que falei acima.

. Escala diatônica Maior - Ex.: em A (La) mostrando a distância tonal entre cada nota, sendo 1 para Tom e 1/2 para semitom.

A    B    C#     D    E     F#    G#       A
    1    1     1/2     1     1      1       1/2

Para complementar o que diz o desenho e o texto acima, vamos nomear cada nota pela distância tonal entre ela mesma e a tônica da escala. Detalhe os números referentes aos intervalos são escritos em algarismos romanos. Notem que abaixo dos números dos intervalos coloco também os valores da distância intervalar. Detalhe: Os simbolos + e - estão presentes neste exemplo apenas para abreviar o que seria maior e menor, no entanto você deve fazer o reconhecimento desse intervalo apenas pela distância tonal, essa ecrita nunca irá estar presente em materiais que vc possa vir a usar de escritores de verdade. rsrsrrs. Outra, lembre-se que quando coloco 4ª+, estou dizendo que aquela nota é um intervalo de quarta maior referente à tônica.

A    B      C#      D       E       F#     G#       A
I     II      III      IV       V      VI     VII     VIII
T    2ª+   3ª+    4ª+      5ª       6ª-     7ª-      8ª

Se nós pegarmos essas notinhas e acrescentarmos acordes de acordo com a sonoridade de cada uma delas e sua função dentro dessa escala vamos ter o campo harmônico, que irá nos possibilitar harmonizar melodias.
Nesse caso vou exemplificar usando apenas os intervalos e abaixo deles as notas que formam os respectivos acordes. Ah, uma coisa importantíssima, aqueles números + e - que exemplifiquei em nada dizem sobre os acordes, coloquei apenas para que vcs pudessem visualizar a distância das notas pela tônica. Que não haja confusão nisso, ok? Outra, para esses acordes damos o nome de tríades, mas no campo harmônico há a presença de pelo menos uma tétrade. Lembrando: tríade = 3 notas, tétrade = 4notas.

T     IIm    IIIm    IV     V     VI    VIIº
A      B      C#       D      E     F#    G#
C#    D      E         F#    G#    A      B
E      F#     G#      A      B      C#    D
                                                       F

Veja bem, se vcs perceberam eu coloquei uns elementos a mais no nome de cada intervalo, esse "m" representa "menor", mostrando que aquele acorde tem uma função de acorde menor dentro do campo (ps.: em outro post falarei sobre a função de cada acorde e o que caracteriza menor, maior, diminuto, aumentado e tal...). No acorde do VII grau, coloquei um " º ", esse símbolo indica um acorde com sétima diminuta, que nesse caso, é nossa primeira tétrade. Um fato é que no campo harmônico deveríamos usar tétrades ao invés de tríades, mas pra simplificar, já que esse post destina-se aos iniciantes, usei como acordes mais simples.
É importante saber desses princípios por que os modos gregos nasce a partir desses intervalos e acordes, sendo cada acorde, gerador de uma escala para o modo. Vamos apenas nomeá-los, porém os abordarei em posts futuros. PS: lembre-se que nosso exemplo é em LA.

. T - Modo Jônio: refere-se a escala do 1º grau do campo, A.

. IIm - Modo Dórico: esacala do 2º grau = Bm

. IIIm - Modo Frígio: escala do 3º grau = C#m

. IV - Modo Lídio: escala do 4º grau = D

. V - Modo Mixolídio: escala do 5º grau = E

. VIm - Modo Eólio: escala do 6º grau = F#m

. VIIº - Modo Lócrio: escala do 7º grau = G#º


É importante saber que cada acorde desse gerará sua escala própria, mas respeitará os intervalos da escala tônica e isso é justamente o que nomeará e diferenciará a escala do modo em questão da escala do próprio tom usado. Exemplo: O modo mixolídio do campo de LA é E (Mi), isso significa que irá se usar a escala de A, mas iniciando com base no acorde de E e não usando as escala de E como se ele fosse a tônica.

Ex: Escala maior de E: E F# G# A B C# D# E
Escala mixolídia de E: E F# G# A B C# D   E

Perceberam a diferença? Parece pequena, mas na verdade não é. No caso do Mixo E, a sétima que é D, vem no modo natural, referindo-se ao 4º grau da escala de A. Essa diferença de meio tom muda completamente o sentido dessa escala.

Vamos ficando por aqui, qualquer dúvida basta perguntar, que terei prazer em responder, se eu não o souber, pesquisaremos juntos e aprenderemos, rsrsrs. E lembre-se, conhecer as teorias é importante para conscientizar a prática da música, mas o mais importante realmente é tocar, compor e se expressar com instrumentos ou com a voz, afinal, música é pra ser ouvida e apreciada, a escrita é para registro, só.

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